Não ignore as manchas na pele: hanseníase pode levar à incapacidade física.
O mês de janeiro também é voltado para o enfrentamento à hanseníase, que é uma contaminação que ocorre por meio dos bacilos, e provoca danos à pele, podendo levar a perda de sensibilidade e dificuldades motoras. A campanha Janeiro Roxo surge com esse propósito que é de incentivar à população a realizar o diagnóstico precoce, uma vez que o Brasil é o segundo país no mundo com mais casos diagnosticados.
O município de Serrinha conta atualmente com 78 pessoas em tratamento, sendo 28 ativos no tratamento da Hanseníase paucibacilar e multibacilar, e 50 pacientes com reações acênicas, que é quando tem a cronificação da doença, e isso ocorre por conta do abandono dos casos.
Em entrevista ao Info Serrinha e Região, a enfermeira e especialista em saúde pública, Rose Carvalho, explicou os tipos de hanseníase, e qual o principal desafio dos profissionais da área na cidade. "O tratamento da Hanseníase paucibacilar são seis meses, e a multibacilar são 12 meses. A maioria dos pacientes, 55%, são do sexo masculino, e a grande maioria faz uso de álcool, até abusivo, com isso muitos abandonam o tratamento. Aqui em Serrinha, se o paciente abandona o tratamento e fica três meses sem buscar a medicação, a gente faz busca ativa, e nela a gente recomeça o tratamento, por isso muitas vezes a hanseníase paucibacilar se torna multibacilar por conta do abandono".
A Hanseníase é uma doença silenciosa. Aparecem manchas na pele, formigamento nos membros e perda de sensibilidade, mas as manchas são os principais indicativos, diante disso, Rose Carvalho comentou sobre a importância da realização de avaliações caso apareçam manchas na pele.
"Convido a população a comparecer ao Centro de Saúde para avaliar as manchas que aparecem no corpo. Tem manchas que aparentemente podem ser micoses, fungos, mas nada pode dizer que não tenha um bacilo naquele organismo, então a gente analisa as manchas", disse.
Sobre o tratamento, inicialmente é realizado diretamente com a equipe do Centro de Referência, depois o paciente dá continuidade em sua residência, porém tudo é monitorado. "A gente faz o acompanhamento mensal desses pacientes, e com doses supervisionadas. Só entregamos a medicação depois que o paciente faz a dose supervisionada na unidade. Entregamos o Glister que tem 28 doses e agendamos o retorno, então ele é tratado de forma supervisionada".
Uma hanseníase não tratada pode levar o paciente a um grau de incapacidade física, onde o mesmo vai perdendo capacidade para o trabalho, para realizar atividades, ele fica um paciente com várias limitações.