"É preciso que as pessoas compreendam que racismo não é mimimi".
Diversos temas foram debatidos e amplamente discutidos na Feira Literária Internacional de Serrinha, entre eles o combate ao racismo e às desigualdades, que foram os focos principais das mesas redondas realizadas no último domingo, 23. Os assuntos, que ainda incomodam muitas pessoas, tiveram destaques e foram ovacionados pelo público presente, que compreendeu o quanto é necessário tocar na ferida para que haja uma conscientização e respeito.
"É necessário tocar na ferida, e essa ferida do racismo tem nos impedido de avançar. Se existe uma ferida e a gente não toca ela não cicatriza. É preciso que as pessoas compreendam que racismo não é mimimi, o racismo tem nos matado, tem nos impedido de acessar a saúde, educação, saneamento básico. A ferida precisa ser tocada como uma estratégia de como vamos romper com esse racismo, e romper com isso é falar em cada espaço que a gente esteja, e precisamos construir estratégias através da educação, da saúde, do meio ambiente", disse Cleuza Juriti, ao Info Serrinha.
Uma das líderes do movimento Dandaras do Sisal reforçou o discurso afirmando que o combate ao racismo precisa ser diário. "A questão do racismo é transversalizada. É preciso falar, é mostrar e fazer com que as pessoas que se incomodam percebam que o racismo não somos nós negros com os negros mesmos, isso é implantado. O racismo ele é presente todos os dias. O racismo não descansa, não dorme, não tira férias, e precisamos todos os dias tocar nesta ferida".
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Participante da Mesa Redonda ao lado de Cleuza Juriti, a jornalista Luana Souza lamentou que existam pessoas que ainda não conseguiram enxergar que o racismo no Brasil acontece diariamente. "Quem diz isso é porque não está afim de discutir, não está afim de abrir mão dos seus privilégios, da sua zona de conforto, que nunca viveu essa realidade de ser negro no país. A gente sabe que é difícil, que existe sim desigualdade, que a gente não consegue ter uma educação de qualidade porque muitos pais muitas vezes não tem condições para isso, a gente não consegue acessar uma Universidade porque muitas delas se fecham para gente. É muito importante esse debate que a Feira tem proporcionado para gente".
O combate ao racismo e às desigualdades também foram abordados pela atriz Elisa Lucinda, que apresentou exemplos reais que viveu, e mostrou como agiu para desqualificar os preconceitos sofridos.
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